quarta-feira, 18 de junho de 2014

Coletor diz que Wanderlei Silva fugiu dele; lutador admite uso de diurético

A Comissão Atlética do Estado de Nevada (NSAC) recebeu Wanderlei Silva numa reunião nesta terça-feira, em Las Vegas, para prestar esclarecimentos sobre sua ausência a um exame antidoping surpresa requisitado pela entidade em maio. Durante seu depoimento, o advogado do lutador, Ross Goodman, admitiu que o atleta estava usando diuréticos para aliviar dores causadas por uma lesão no punho, sofrida durante sua briga com Chael Sonnen nas filmagens do The Ultimate Fighter Brasil - Em Busca de Campeões. Wanderlei também não desmentiu o coletor enviado pela comissão à sua academia, Jim Gurnsey, que afirmou que o brasileiro fugiu dele quando apareceu no local para fazer o exame surpresa.
Wanderlei Silva UFC Audiência (Foto: Evelyn Rodrigues)Wanderlei Silva na audiência da NSAC, entre seu advogado (esq.) e sua esposa (Foto: Evelyn Rodrigues)
A audiência, porém, não resultou numa punição para Wand. Segundo os representantes da comissão, a intenção da reunião era apenas coletar informações sobre o caso para desenvolver o programa antidoping da entidade, e não disciplinar o brasileiro. Como Wanderlei não estava licenciado pela comissão e nem havia pedido por uma licença de lutador no estado, a comissão não pode suspendê-lo a não ser que ele aplique futuramente por uma licença. Se não o fizer, o órgão pode apenas emitir uma recomendação para outras comissões seguirem. O caso deve ser discutido novamente em outra reunião.
Sonnen também terá seu caso discutido em outra reunião. O lutador americano, flagrado com duas substâncias proibidas em exame antidoping, não compareceu à audiência desta terça e teve sua licença de lutador suspensa temporariamente, até que seu caso seja julgado.
Wanderlei Silva chegou cedo ao prédio da NSAC e, acompanhado da mulher, Téa Silva, ficou sentado do lado de fora da sala até ser chamado para entrar. Seu depoimento foi um dos últimos itens na agenda. Quando o caso começou a ser discutido, o primeiro a falar foi Jim Gurnsey, coletor enviado pela comissão à academia de Wand para testá-lo de surpresa. Gurnsey contou de forma detalhada que foi ao local em 24 de maio e encontrou o lutador, mas que, após um primeiro contato, ele desapareceu através do banheiro da academia.
- Tinha uma saída no banheiro. Eu entrei dentro do banheiro e não pude encontrá-lo. Saí e perguntei para as pessoas se elas tinham o visto. Continuei procurando e não o encontrei. Às 13h47 (horário local), eu avisei o Bob Bennett (diretor executivo da comissão) o que tinha acontecido - disse Gurnsey, que ainda descreveu repetidas tentativas de contactar Wanderlei através do telefone e de sua esposa, sem sucesso.
Wanderlei Silva UFC Audiência (Foto: Evelyn Rodrigues)Jim Gurnsay (dir, em pé) relata à comissão sua ida
à academia de Wand (Foto: Evelyn Rodrigues)
Logo depois, Goodman falou em nome de Wanderlei e não desmentiu nenhuma parte do depoimento do coletor. O advogado justificou que o lutador estava tomando diuréticos, item proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada) por ser agente mascarante de outras substâncias ilegais. Segundo a defesa, Wand usava as substâncias junto a anti-inflamatórios para reduzir dores da lesão no punho.
- Wanderlei Silva tem lutado há 20 anos, tem mais de 50 lutas e nunca falhou em um exame antidoping. Sempre cooperou com todas as regras e está aqui para dizer à comissão que, em fevereiro, no TUF Brasil, ele machucou o punho e tomou anti-inflamatórios. Ele estava agendado para lutar em maio. No meio de maio, ele teve um raio-X e foi comprovado que ele tinha fraturado o punho. Ele tomou diurético para minimizar a inflamação e diminuir a retenção de agua. Ele sabe que deveria ter feito o teste, ele estava surpreso que, pela primeira vez em sua carreira, fora de competição, alguém fosse aparecer lá. Isso não minimiza o que ele fez, ele está aqui para pedir desculpas e estava preocupado que os diuréticos fossem aparecer no teste. Eles foram tomados com o objetivo de reabilitar seu punho - afirmou Goodman.
O caso de Chael Sonnen também deveria ser discutido nesta terça-feira, mas o lutador não compareceu à audiência. Ele participou por telefone e ouviu o vice-procurador geral da NSAC, Christopher Eccles, recomendar a suspensão temporária de sua licença até a próxima agenda da comissão:
- O Sr. Sonnen foi pego em um teste antidoping com duas substâncias proibidas pela Wada, tanto durante competições quanto fora de competições, e, justamente por isso, recomendo a suspensão temporária de sua licença até que possamos discutir o seu caso em uma audiência futura com a sua presença, com data a ser agendada por estar Comissão - disse Eccles.
Sonnen ouviu a sentença por telefone e, quando questionado, respondeu que entendia o que tinha acontecido. A Comissão então aprovou a revogação temporária de sua licença e disse que informará a data da audiência que tratará de seu caso futuramente.

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