terça-feira, 5 de abril de 2016

Wanderlei Silva abre o jogo

Wanderlei Silva (Foto: Marcelo Barone)Wanderlei assegura que está com vontade de lutar após resolver sua situação com o UFC (Foto: Marcelo Barone)
Um dos principais atletas da história do MMA, Wanderlei Silva havia perdido - como ele mesmo afirma - o tesão de lutar. Em rota de colisão com o UFC após, supostamente, fugir de um exame antidoping, o "Cachorro Louco" azedou a relação de vez ao declarar que havia armação de resultados no Ultimate. Incomodado por não ser liberado de seu contrato, Wand encarou um processo judicial pela acusação, maspediu desculpas em janeiro deste ano e a companhia o liberou do vínculo. A sensação, segundo o curitibano, foi de alívio.
Depois de decidir pela aposentadoria, Wand, que não luta desde março de 2013, garante que retomou a motivação. Ele afirma que ficou dois anos sem treinar e, ao assinar contrato com o Bellator e com o Rizin - este, para uma luta de submission contra Kazushi Sakuraba, no próximo dia 17 -, sentiu novamente ânimo para reativar a rotina de um atleta profissional de MMA.
- Perdi o tesão. Perdi a vontade de fazer porque, graças a Deus, eu consegui investir bem o meu dinheiro, não estava precisando mais disso. Então, não estava precisando mais passar por isso. Eu não queria passar por cima da minha honra, por cima do meu respeito, por cima do meu brio. Meu pai me ensinou que com homem não se brinca e, graças a Deus, eu estava em uma posição confortável em que eu não dependia dos caras e pude me dar ao luxo de dizer: "Para vocês eu não luto mais" - comentou Wanderlei, em entrevista concedida em sua casa na cidade de Curitiba, para onde voltou após mais de dez anos morando nos Estados Unidos.
Sem rodeios, o "Cachorro Louco" fala das mágoas com o Ultimate,mas afirma que planeja ir à edição de Curitiba, dia 14 de maio, na Arena da Baixada. O ex-campeão do Pride, que mira enfrentar Kimbo Slice no Bellator, destaca ainda o trabalho que vem fazendo na igreja, pede valorização aos lutadores e não esquece Chael Sonnen, com quem "tem contas a acertar".
Confira a entrevista na íntegra:

Como foi esse período de litígio com o UFC, longe do MMA?


Foi muito difícil, porque acabou me fazendo perder o gosto pela luta. Como você vai lutar para uma organização em que o presidente já falou mal de você? O lutador é como se fosse um artista, a gente trabalha muito com a emoção. Eu decidi que não queria mais lutar para eles (UFC). Então, decidi me aposentar.
Wanderlei Silva (Foto: Marcelo Barone)Brasileiro lamenta ter sido colocado no banco dos réus, mas frisa que não foi difícil pedir desculpas (Foto: Marcelo Barone)


Perdeu a vontade de lutar?

Perdi o tesão. Perdi a vontade de fazer porque, graças a Deus, eu consegui investir bem o meu dinheiro, não estava precisando mais disso. Então, não estava precisando mais passar por isso. Eu não queria passar por cima da minha honra, por cima do meu respeito, por cima do meu brio. Meu pai me ensinou que com homem não se brinca e, graças a Deus, eu estava em uma posição confortável em que eu não dependia dos caras e pude me dar ao luxo de dizer: "Para vocês eu não luto mais".

O que causou mais incômodo nessa situação com o UFC?

Eu acho que esse negócio de ter que ficar contratando um advogado. Ser posto como réu... Nós somos ídolos, ícones no mundo todo. E você, de repente, ser colocado em uma posição quase que de criminoso, deixa a gente muito triste.

Qual foi a sensação de, enfim, ficar livre para acertar com outra companhia?

Foi um alívio. Um dos motivos de voltar para o Brasil é que estamos montando uma igreja. Tem um amigo nosso montando uma igreja. Muitos dos nossos lutadores têm fé, mas estamos perdendo porque vários estão se desviando. O cara faz duas, três lutas na cidade, já fica conhecido e se desvia. Estamos tentando colocar esse pessoal nos trilhos. Estamos no começo, mas a gente já tem um lugar pequeno e tem o culto lá no domingo. Temos um grupo no What'sApp, chamado Leitura da Palavra. E lá estão Aldo, Lyoto, Shogun, Rafael Cordeiro, Werdum, Rafael Dos Anjos. Todo poder dado nessa terra é por Deus, não é o que você merece, Ele dá para quem ele quer. Às vezes ele dá para uns filhos da p***, mas é natural, né? (risos). Estou muito feliz de poder fazer o social. O dar de volta. Esse é o principal foco de agora. Um dia eu acordei de manhã e vi a minha mulher de joelhos, rezando e no mesmo dia os caras (UFC) ligaram e disseram: "Olha, foi feito um acordo aqui e tal. Você faz uma carta se retratando e está livre do contrato". Eu falei: "É a mão divina". Não tem outra explicação.

Quão difícil foi pedir desculpas, se retratar? 

Não foi difícil, porque eu estava errado. Acho que se você é homem para fazer, tem que ser homem para assumir, isso eu falo para o meu filho. Realmente não existe luta comprada. O que eu quis dizer com luta comprada não era que os caras compram resultado. Não, isso nunca existiu. O que eu quis dizer com luta comprada era que, às vezes, você está machucado e os caras te oferecem um dinheiro a mais para você lutar. Isso é uma coisa dos bastidores. Já fizeram comigo. Aceita quem quer, mas, automaticamente, eles sabem que os outros lutadores não estão em pé de igualdade. Foi nesse sentido, mas aceita quem quer, eles não obrigam ninguém a fazer, e nunca houve a compra do resultado. Pelo menos comigo, nunca. Isso realmente eu estava errado. E, se você está errado, não tem problema nenhum pedir desculpas. Eu estava errado mesmo, falei demais, tenho que admitir.

Ficou algum arrependimento desses conflitos com o UFC? Alguma coisa que poderia ter feito diferente? Aquela questão de fugir do exame antidoping...
Eu sou como ele (Dana), sou impulsivo, não recuo, vou para cima. E quando dois assim se encontram, dois bicudos não se bicam. Se eu fosse fazer alguma coisa diferente, talvez falasse um pouco menos
Wanderlei Silva
Na verdade eu acho que tudo tem um porquê. A vida é um ciclo e o meu, no UFC, já tinha acabado. O brasileiro é muito sentimental, estamos acostumados um pouco com outro tipo de tratamento. De repente o erro foi meu. Os caras profissionalizaram o evento e falaram: "Ninguém mais trata com o patrão, você trata com funcionários". É tudo por mensagem, não é mais cara a cara. Esse é um novo momento que a gente tem que se adaptar, a nova geração virá assim. Eu é que sou "old school". A gente tem que respeitar quem é patrão. Eu sou como ele (Dana White), sou impulsivo, não recuo, vou para cima. E quando dois assim se encontram, dois bicudos não se bicam. Se eu fosse fazer alguma coisa diferente, talvez falasse um pouco menos. Na verdade, o que eu estou falando não é nada para mim, por exemplo. Eu estou querendo o quê? Que o lutador ganhe um pouco mais, gostaria que eles revissem a questão do patrocínio, porque o evento ano passado arrecadou 600 milhões. Então, está vendendo. Acho que poderia colocar a Reebok e liberar (o patrocínio) para o pessoal. Os lutadores estão sofrendo. Isso foi um golpe duro para os lutadores. Se eu fosse falar alguma coisa, eu falaria: "Revejam isso". É bom para que o esporte cresça, e o lutador tenha uma condição de vida melhor.

Arrepende-se de não ter falado isso?

Eu falei, mas eu tinha que ter falado quando era amigo, não quando tava bicudo, né? Tudo o que eu estava falando, na verdade, não era para mim. Era para os caras novos. Você virar um Anderson, um Shogun, um Wanderlei... Acho que chegar bem hoje em dia está muito difícil. Você assina um contrato de cinco lutas. Aí, se um cara ganha quatro e tem outro cara que ganha quatro, eles se enfrentam. Um dos dois vai se ferrar. Em geral são caras duros. Está mais difícil para o cara fazer um pé de meia hoje. O que me chateia é que tem lutador voltando a trabalhar fora da luta. O cara não está mais conseguindo viver do esporte. Aí, chega na hora, em um palco gigantesco, tem gente ali passando necessidade. Eu gostaria que o lutador tivesse uma condição de melhorar.

Ficou alguma mágoa do UFC ou a situação está superada?

Tudo o que eu tinha que falar, eu falei... até demais. Aliás, eu gosto do UFC, é um grande evento. Realmente foi o evento que mudou a cara do MMA, tenho que admitir. A única coisa que me chateia é que eu gostaria que o lutador fosse um pouco mais valorizado. Não só na imagem. Eles querem dar só imagem para o cara. A gente dá autógrafo como estrela, aparece na televisão, dá entrevista, mas não recebe como estrela. Acho que poderia aumentar o salário de todo mundo e liberar o patrocínio. Isso ia fazer com que o cara se preparasse melhor, pudesse pagar um personal, comer melhor, ter um carro melhor, uma condição de vida melhor. Automaticamente a qualidade da luta iria melhorar. O esporte iria crescer. Esses caras fazem milagre. Eu voltei para o Brasil e tem cara lutando por um conto, dois contos. O cara gasta cinco para se preparar e vai ganhar dois.
Wanderlei Silva (Foto: Marcelo Barone)"Cachorro Louco" espera estar na Arena da Baixada para assistir ao primeiro UFC em Curitiba (Foto: Marcelo Barone)


Agora que assinou com o Bellator, voltou a ter aquele gosto de ser lutador outra vez?

Graças a Deus eu recuperei. Eu vivi um desgosto tão grande... Encontrei com o Mike Tyson e tive o prazer de conversar com ele. Perguntei: "Tyson, você faz manopla ou alguma coisa?" e ele me disse: "Cara, eu não consigo nem sentir o cheiro da academia, fiz demais isso". E era uma coisa que me deu um asco, eu não conseguia fazer nada com relação à luta. Eu estava fazendo musculação, correndo, mantendo... Luta eu tinha parado totalmente.

Não treinava absolutamente nada?

Nada. Estava zero, zero, zero. Fiquei dois anos parado. Aí me liberaram, e o pessoal me contratou, foi uma coisa meio rápida. Disseram assim: "Você quer lutar jiu-jítsu contra o Sakuraba?" Eu falei: "Nossa, está meio em cima, né? Eu preciso de mais tempo para me preparar" e tal. E falaram: "Olha, é melhor você fazer um rola para aparecer". O jiu-jítsu é a especialidade dele. Eu gosto de desafio e me ofereceram um dinheirinho bom. Aí eu falei "Quer saber? Eu já meti a cara e caí no meio da selva, que é a academia do (André) Dida". Ser o Wanderlei Silva, com 40 anos, dois anos parados e cair direto no meio da selva... Ali eu descobri uma coisa: o tatame te dá humildade, ele te coloca no seu lugar. No tatame, todo mundo é igual. É uma guerra a cada dia.

Levou um "atraso" nos treinos?
Eu estava sentindo falta desses desafios de academia, desse dia a dia. E eu estou muito feliz de poder voltar, estou encarando o esporte de uma outra maneira
Wanderlei Silva
Vários. Isso é uma coisa até engraçada. Eu estava treinando de manhã e tinha o tal do Jamanta. Ele passou olhando para mim assim (esfregando as mãos). Meu sobrinho falou: "Tio, falaram que o Jamanta te amassou no treino". Na outra semana, cheguei lá, vi o Jamanta e pensei: "Vai ser hoje". Coloquei uma luvinha e olha... Eu estava sentindo falta desses desafios de academia, desse dia a dia. Estou muito feliz de poder voltar, estou encarando o esporte de uma outra maneira. Eu acho que o grande dilema do MMA é se nós somos um esporte ou entretenimento. Peca nos dois. No esporte, porque não tem um ranking oficial. Às vezes, o número dois não luta, quem luta é o número dez, por ser um show. Mas você vai se apresentar ou vai competir? Essa luta, por exemplo, do Royce com o Shamrock, veio para mostrar que, realmente, dá para ir longe. Você vê as lendas ali. Eu gostei muito. 
Então, você aprova estes confrontos entre veteranos?
Essa luta representou muito mais do que só a luta. Observar os caras ali em cima de novo me deu muita inspiração. Acho que eu também posso servir de inspiração para muita gente. Sou a favor de criar uma categoria sênior, porque tem muita lenda largada por aí e que dá um caldo. Quem não quer ver, por exemplo, um Pelé (Landy) contra (Jorge Patino) Macaco? Tem tantos outros, pode enumerar. Tem muita luta boa e parada que, se os promotores abrirem o olho, dá para encher muito mais a casa, atraindo a atenção do público e dando mais dinheiro. E assim a gente faz o esporte crescer aqui. Acho que esse é o foco final.

Você é um atleta consagrado, que não precisa provar mais nada. O que pretende no Bellator: ser campeão ou apenas se divertir?

Esse é um novo momento, em que eu vou me apresentar. Agora eu sou um artista. Eu me encaro como um artista em que eu vou fazer um entretenimento para o público. E, diga-se de passagem, um entretenimento muito interessante. As pessoas vão falar: "Valeu o ingresso". Eu lutava com muita pressão de ganhar. Então era muito difícil. Agora eu estou sem essa pressão. Vou entrar lá e fazer o que eu gosto.
Wanderlei Silva; Bellator 149 (Foto: Evelyn Rodrigues)Atleta dá força para a criação de uma categoria envolvendo veteranos do esporte (Foto: Evelyn Rodrigues)


O Bellator conta com vários veteranos, como o Tito Ortiz, por exemplo. Tem vontade de enfrentar alguém especificamente?

O jogo do Ortiz é chato para cara***, fica agarrando. Eu quero um cara para sair na mão. Contra um Kimbo (Slice) eu não iria botar para baixo, eu sairia no soco com ele.  Com o Kimbo eu sairia na mão para ver qual é, sem botar para baixo (risos).

O Fedor Emelianenko, que é apontado por muitos como o maior lutador de todos os tempos, está no Rizin. Você gostaria de enfrentá-lo? 

Eu gostaria. Não de início, mas pegando o ritmo, fazendo algumas lutas e voltando à minha melhor forma, gostaria muito de me testar com ele. Eu gosto de ver qual é o limite. Na época que nós éramos os tops, não sei por que, mas essa luta não foi proposta. Nunca me ofereceram, nunca.

Você se preocupa há algum tempo com o monopólio do UFC, mesmo na época em que estava de bem com a organização. Acredita que você poderá ser um dos pilares para fortalecer tanto o Bellator quanto o Rizin?

Eu gostaria que outros eventos surgissem, e o lutador tivesse outras opções, porque senão os caras ficam com tudo e não tem para onde ir. É complicado. Eu gostaria que surgissem outros eventos que pudessem dar empregos para outros lutadores, com certeza.

E esse plano de voltar para o Brasil? Você estava morando nos Estados Unidos há mais de dez anos. Como essa mudança aconteceu?
Vi o Brasil nessa situação, e eu com a vida de um cara de 60 anos, morando de frente para a praia e com a academia do lado. A vida estava muito sossegada e o país assim, caindo aos pedaços. A gente não pode se omitir
Wanderlei Silva
É, eu estou voltando ainda. Acabei de chegar e a casa ainda está toda vazia. Vi o Brasil nessa situação, e eu com a vida de um cara de 60 anos, morando de frente para a praia e com a academia do lado. A minha vida estava muito sossegada e o país assim, caindo aos pedaços. A gente não pode se omitir. As pessoas acham que isso é um jogo de interesse, mas não é. Eu voltei por um ideal mesmo. Conversei com o meu pastor e voltei para ajudar a trazer membros para a nossa igreja e para viver esse momento político, pois temos que usar a nossa influência para o lado bom, mostrar que temos que lutar pelo nosso ideal. Lutar pelo bem comum, não só pensar no seu umbigo. Eu gostaria que outros fizessem isso, tomassem um posicionamento e usassem suas redes sociais, seus seguidores, para mostrar a verdade para o Brasil.

Há planos de abrir filiais pelo Brasil, assim como fizeram Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro, com a Team Nogueira?


Estou pensando no Brasil. Estou vendo que o MMA é um mercado muito grande e a gente conseguiu desenvolver um sistema muito bom de MMA lá. Um sistema que a pessoa consegue aprender sem se machucar, gradativo. Eu gostaria muito de poder trazer esse método para o Brasil e abrir filiais aqui.

O UFC chega a Curitiba pela primeira vez e, se você ainda fizesse parte da organização, possivelmente seria um dos expoentes desta edição. Existe uma tristeza por não participar desse momento?  

Gostaria muito de estar participando, mas estou feliz por irmãos estarem lá: Shogun, Anderson e Werdum. Esse card é um dos melhores da história. Estou muito feliz em ver como está o MMA aqui na cidade. As academias estão cheias, só se fala nisso. Para a cidade, é fantástico. Estou até vendo se eu vou poder ir ou não ao evento. Se eu não puder ir, compro meu ingresso e vou.

Existe chance de ficar no córner do Werdum?

No córner, não, mas eu vou como espectador. O UFC é um grande show. Quem nunca viu ao vivo, vá porque vale a pena. O ingresso é caro, mas vale. 
Que luta faltou acontecer no UFC?

Acho que Wanderlei e Sonnen, né? Faltou, faltou... Ele está querendo voltar a lutar, quem sabe não aconteça... É pelo lado pessoal. Gostaria até de acertar minhas contas com ele lá em cima.
Wanderlei Silva e Chael Sonnen TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução/ TUF Brasil 3)Wanderlei Silva e Chael Sonnen foram treinadores na terceira temporada do TUF Brasil (Foto: Reprodução/ TUF Brasil 3)
Apesar da motivação, você é um veterano. O assunto aposentadoria ainda passa pela sua cabeça? 

Então, eu vou fazer mais um pouco, quero ver como vou me sair. Se eu conseguir fazer um pouco mais... O tanto que der, para mim, está bom, já estou no lucro. Eu vou sentindo. Enquanto tiver gente querendo ver eu vou fazer.
Há uma série de lutadores brasileiros que estão beirando os 40 anos. Como vê a renovação de talentos do Brasil?

Eu acho que o Brasil é um celeiro de lutadores, tem muita gente boa, que ainda não apareceu. Se você fuçar as academias, tem cada cara que eu olho e falo: "Putz, esse cara, quando tiver a chance..." Só que o cara tem que andar na linha. O cara não pode ficar conhecido na cidade e sair para beber e ficar com a mulherada. Isso que é difícil, manter o cara focado. Porque é essa falta de foco que está acabando com muito talento por aí.

Quão difícil é para um lutador não se deixar levar pelas armadilhas da idade, da fama e do dinheiro?
É complicado. Vejo caras com carro de 100 mil sem ter uma casa. Acho que a gente não pode fazer isso. Aprendi com o meu pai que dinheiro é feito para guardar. Você ganha bem em um período e depois acaba. Não tinha ninguém batendo na minha porta há dois anos. Fiquei totalmente sem renda. Se eu não tivesse administrado meu dinheiro... Aí o lutador tem que se submeter a servir de escada para outros... É complicado. Se for para dar uma dica para o pessoal novo, seria: "Guardem o dinheiro". A primeira coisa que vocês têm que ter é uma casa, antes de um carro. Tem que ter um colchão bom porque é nele que você passa oito horas do dia. Se eu for dar uma dica, seria: "Compre um colchão bom, o melhor que você puder". Isso pode mudar a vida do cara.

Fique à vontade para deixar um recado aos seus fãs.

Quero agradecer a todo o público brasileiro e mundial que está me apoiando. Vamos seguir o Wand no Instagram, no Twitter e no Facebook. Quero convidar o pessoal a ir nas passeatas, a ir para a rua, reivindicar, porque o momento é agora. A gente tem que ir lá, porque o Brasil está em um momento decisivo e que todos vocês nos ajudem nessa luta e ajudem os lutadores brasileiros. Às vezes, as pessoas que ficam comentando coisas ruins não vão falar bem dos caras. Então vamos incentivar. Às vezes um comentário ruim pode fazer o cara desanimar. Vamos tentar falar coisa boa, vamos animar nossos lutadores.
Wanderlei Silva (Foto: Marcelo Barone)Brasileiro espera orientar os jovens talentos para eles não caírem nas "armadilhas" do sucesso (Foto: Marcelo Barone)

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